Pages

quarta-feira, 1 de junho de 2011

.



Ele pode estar olhando as suas fotos. Neste exato momento. Porque não? Passou-se muito tempo. Detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça todas as coisas que você faz. Escondida. Sem deixar rastro nem pistas. Talvez ele passe a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram seus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E ainda assim preferir o silêncio. Ele pode reler seus bilhetes, procurar o seu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as suas músicas, procurar a sua voz em outras vozes. Quem nos faz falta acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez ele perceba que você faz falta. E diferença. De alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Paris. Talvez ele volte. Ou não.

Saudades da minha velha AMIZADE VERDADEIRA.


Ao olhar para as fotos do passado uma saudade repentina bate em meu coração. Ao mesmo tempo vem uma dor, mas não qualquer tipo de dor, é uma dor estanha, é como se eu precisasse reviver tudo o que passou, mas no momento não se é possível. Ao olhar essas fotos vejo coisas engraçadas, uma delas é como eu quando criança era tão inocente diante do mundo, como eu acreditava em falsas verdades, como me vestia de uma forma engraçada... Mas vejo também, ao meu lado, alguém que desde o dia em que nos conhecemos, eu já sabia que seria uma grande amizade. E assim foi feito, qualquer pessoa que olhasse meus álbuns de aniversario poderia ver ele ao meu lado. Mas isso foi mudando, novas pessoas foram chegando, novas falsas verdades me foram contadas, e o pior, eu acreditei nessas novas pessoas. Como me deixei enganar, como fui deixar que uma maça podre da discórdia acabasse com tudo que eu tinha, com a minha amizade perfeita com a amiga perfeita. Se hoje sinto raiva, sim, eu sinto. Sinto raiva das ruins amizades, sinto raiva das falsas amizades, sinto muita raiva da amizade verdadeira que do nada ficou não verdadeira. Se um dia eu vou perdoar, eu não sei. E se caso perdoar, eu não vou esquecer de todo o mal que foi feito a mim. Mas isso já não mais importa, o que importa mesmo AGORA é a saudade que bate em meu peito e insiste em entrar. Hoje, olhando as fotos mais recentes de minha vida, não a vejo. Vejo apenas novos rostos e alguns sorrisos, mas podem ser muito bem sorrisos falsos que desejam que o passado volte e nunca mais se vá.